quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Testemunho: "Minha intenção era me matar"

Esse é o primeiro de muitos testemunhos que pretendemos publicar em nosso blog. É a história de nossa irmã Néia Fonseca. Ela se converteu ainda jovem, se desviou, brigou seriamente com a família e teve oportunidade de viver no mundo muitas coisas erradas. Quando voltou para o Senhor, achou que não havia mais jeito para ela. Graças a Deus pela sua intervenção que a impediu de cometer suicídio. Que as mentiras sejam substituídas pelas verdades da salvação de Deus em nossas vidas!

Ria, zuava com os amigos, me divertia. Mas depois só sabia chorar. Nunca estava alegre. Andava sempre depressiva. A alegria que tinha era momentânea e quando eu ficava em casa era pior ainda, e eu achava que estava tudo bem.

Conversão


Vou completar 44 anos, venho de uma família católica, sou a mais velha de cinco irmãos , quatro mulheres e um homem) e sirvo ao Senhor Jesus com a maior alegria e satisfação.  Mas nem sempre foi assim.

Quando eu tinha 15 anos comecei a namorar um rapaz, que não era evangélico, bem mais velho do que eu. Esse namoro durou mais de 13 anos. Durante o período de namoro eu era muito tímida, não saía de casa sem os pais, tinha dificuldade para me aproximar das pessoas, principalmente da família do meu então namorado, cuja mãe era evangélica. A forma que ele encontrou para resolver esta aproximação era eu ir para a igreja acompanhando a mãe.

E durante essas visitas na igreja, num belo dia, resolvi aceitar Jesus como meu Salvador. Eu sei que em seis meses eu me converti, batizei e me desviei. Estar na igreja não era o que eu queria. Mas como eu estava enganada! Que arrependimento! Contudo hoje eu sei que Ele estava no controle de tudo.

Depressão

Falei para o meu namorado que não queria mais ir. Disse que ele estava se distanciando de mim, coisas do tipo... Passados alguns anos nos separamos. Fiquei desesperada. Na época os namoros não eram como hoje. A namorada vivia em função do namorado. Também tinha o fato de ele ser mais velho do que eu.  Fiquei desamparada. Entrei em depressão.

Foi quando consegui um emprego no interior do estado. Era uma tentativa de esquecê-lo. Em momento algum me voltei para Deus. Morei no interior durante seis meses e depois retornei a Vitória, já recuperada. Aí começou minha perdição. 

Achava que o mundo me pertencia. Pensava que tinha direito de fazer tudo o que nunca tinha feito. Me rebelei dentro de casa. Brigava com a minha mãe. Comecei a fumar escondido, a beber e sair à noite. Saía todos os dias para pagodes, boates, festas em geral, chegava em casa para tomar banho e ir trabalhar.

Saída de casa

Um dia as brigas com a minha mãe chegou a um ponto insuportável. Minha mãe me mandou sair de casa. E agora?, pensei. Não abaixei a cabeça. Arrumei as minhas coisas e saí. Não tinha nem ideia para onde ir. Lembro que era em um domingo.

Fui bater na casa de um casal amigo. Cheguei chorando. Lembro que morei com eles por mais de quatro meses sem procurar a minha família. Neste tempo ia muito a barzinhos. Aliás, agora vejo como o diabo é sujo. Eu recebia um salário mínimo, tinha que ajudar nas despesas e ainda sobrava para gastar com bebidas todos os dias.

Recebi o convite de uma amiga para dividir com ela um apartamento na Serra. Aceitei na hora. Procurar a família que é bom, nada. Ao mesmo tempo fiquei desempregada e ainda assim continuei na minha rebeldia. Não voltava para casa. Não tinha dinheiro para nada. A minha “amiga” voltou para a casa dos pais e eu fiquei sozinha no apartamento. Não tinha comida, nada. Sobrevivia de ajuda dos vizinhos.

Mais uma vez recebo um convite para morar com outras amigas. Desta vez em Vitória. Mesmo desempregada, aceitei. Isso porque ficaria mais fácil de procurar emprego. Continuava longe da família. Rebeldia geral. Deus, nem pensar. Eu era a dona do meu nariz e sabia o que estava fazendo.

Fui morar com as meninas e Deus já tinha planos para a minha vida. Mesmo longe dele, não me abandonou. Digo isso também porque uma das meninas era usuária de drogas e hoje eu louvo a Deus pelo fato da polícia nunca ter aparecido na casa delas.

Lembro de um dia em que eu estava na sala e ela com alguns amigos estavam usando na cozinha e um deles disse: e a morena, não vai querer? A minha “amiga” disse para ele não mexer comigo pois eu não gostava. 

Recomeço?

Encontrei o emprego dos meus sonhos, numa editora.  Ganhava super bem. Viajava a cada 15 dias para o Rio com tudo pago. Enfim, estava na maior mordomia. Foi quando a minha irmã me ligou dizendo que um tio havia falecido. Então não teve jeito. Tinha que ir na casa dos meus pais. Já havia se passado seis meses sem ver a minha mãe e o meu pai. O nosso reencontro foi emocionante. Choramos muito abraçados. Fiz as pazes com a minha família, mas não voltei ainda para casa. Ganhava super bem e se eu fosse para casa iriam me impedir de fazer muitas coisas. Continuei morando sozinha. Enfim eu podia pagar um aluguel, mobiliar a minha casa, tinha namorado. Achava que família e Deus só iriam me atrapalhar.

Aluguei um apartamento em Coqueiral de Itaparica. Um sonho. Mobiliei todinho. Os amigos e meus irmãos vinham finais de semana. Geladeira estava sempre cheia. Havia cerveja à vontade. Mas tudo que é feito sem a aprovação de Deus não vai adiante. Eu não servia a Deus. Não dizimava. Na verdade eu nem pensava Nele.

Acabei perdendo meu emprego e hoje eu entendo que Deus me provava novamente. Desta vez voltei para a casa de meus pais, desempregada. Tive que vender os móveis que havia comprado e ainda ouvir desaforos da família. Voltei humilhada e entrei em depressão.

Festas

Foi quando procurei a Deus na igreja católica, renovação carismática, e também me rendi às micaretas. Estava em todas. Só ia para camarote. Consegui outro emprego ganhando bem menos. Era um salário e meio. Não ajudava em casa. Meu dinheiro nunca dava para nada. Tinha dívidas e mais dívidas. Porém não largava os prazeres do mundo e a depressão não me abandonava.

Saía nos finais de semana, ia para as micaretas, até no interior do estado, muito doida eu! Carnaval e réveillon só em Conceição da Barra. Foram mais de 15 anos de carnaval em Conceição da Barra. Ficava os dias de carnaval sem dormir porque tomava muito “capeta”, a bebida tinha muito guaraná em pó, e eu não tinha sono. Só dormia na quarta-feira quando chegava em casa. Ria, zuava com os amigos, me divertia. Mas depois só sabia chorar. Nunca estava alegre. Andava sempre depressiva. A alegria que tinha era momentânea e quando eu ficava em casa era pior ainda, e eu achava que estava tudo bem.

Era engraçado quando chegavam as épocas de festas santas, e eu era uma católica fervorosa. Até cheguei a fazer a primeira comunhão com 33 anos para estar de acordo com as doutrinas. Natal eu tinha que ir na igreja cedo porque se fosse à noite já estava cheia de cerveja e era sacrilégio ir na igreja depois de ter bebido, ou então nem ia na igreja. Deixava para o próximo ano porque tinha muitas festas e não sobrava tempo para ir à igreja.

A minha chefa era pior do que eu. Hoje eu oro muito pela vida dela. Espero que tenha se convertido. Ela era uma pessoa arrogante, queria a qualquer custo fazer parte da sociedade e eu ali. A situação não estava muito boa para o meu lado, eu precisava de alguém que orasse por mim e fui me meter naquele ambiente.

Eu me lembro de um outro livramento – Deus, você é tremendo – uma vez voltávamos do Vital, eu e meu namorado. Tínhamos bebido muito e ele dirigindo. Lembro de uma curva e ele perdeu o controle. O carro rodou na pista e parou encostado num poste. Mais uma vez repito que Deus tinha propósitos para a minha vida.

Conversão do irmão

Neste meio tempo o meu irmão (católico fervoroso) se casou. A minha cunhada era desviada.  Logo após o casamento a minha cunhada se converteu e começou a orar pela conversão do meu irmão. Ela nunca o forçou a ir na igreja. Nunca fez a nada que fosse contra a vontade dele. Ela somente orava e lia a palavra para ele.

Meu irmão, arredio, falava que era católico e que morreria católico e nós da família dávamos a maior força para ele. Ser crente nunca. O legal era curtir a vida e crente não curtia nada. Eram um saco. Na nossa casa era festa quase todos os finais de semana, cervejada, churrascada, casa sempre cheia, meu pai tinha um bar, então já viu né! 

Um belo dia, providenciado por Deus, meu irmão vai a um culto familiar acompanhando a minha cunhada e volta convertido. Foi o fim na nossa casa. Ninguém aceitava. Eu então... Meu irmão caçula virar crente? Meu irmão companheiro de pagode, pagodeiro? Jamais. 

Ele começou a falar de Deus para as minhas irmãs e minha mãe. Virava para mim e falava que eu conhecia a Palavra e que eu não deveria agir da forma que eu estava agindo. Mas eu dizia que nunca seria crente, que eu tinha cometido um erro, que eu seria qualquer coisa menos crente. Povo chato!!!!!!!!!! 

Meu irmão marcava cultos em casa. A minha família toda participava e eu comprava a minha cerveja, o meu cigarro e ficava na sala assistindo televisão. Lembro que a cada louvor eu aumentava o volume da televisão e a minha angústia, depressão só aumentava. 


Esoterismo

Uma vez a minha chefe disse que iria me levar a um lugar onde eu teria a solução para o meu problema. Isso porque eu só vivia emburrada, nervosa, tratava mal a ela e aos clientes, depressiva, chorava à toa. Ela me levou numa cartomante, estas mulheres que jogam carta, para fazer Reik. Custava na época R$ 70 cada sessão.

Aquela mulher jogou cartas para mim. Me disse um monte de baboseira e eu acreditei em tudo e me passou dez sessões de Reik. Estas sessões eram na quarta-feira, dia da reunião da renovação carismática. Eu deixei à igreja e fui fazer as sessões. Aí o inimigo tomou conta. Fui afundando cada vez mais. Já não tinha satisfação em mais nada. Não conseguia sorrir e cada vez marcava mais sessões até que fui demitida.

Imaginem a minha situação: depressiva, só sabia chorar. Andava quieta pelos cantos como um animal. Um conhecido me indicou um emprego. Ganhava muito pouco. As dívidas se acumulando. Em momento nenhum me lembrei de Deus. Os meus amigos me abandonaram completamente. Nem conversavam mais comigo. Eu achava que estava sozinha.

Nova oportunidade

Foi quando numa quinta feira à noite eu estava sentada na porta da minha casa, o meu irmão e minha irmã se preparavam para ir num culto e me convidaram: - Eu, numa igreja evangélica. Nunca! Mas eles insistiram: Vamos. Você vai gostar! E eu dizia que jamais entraria numa igreja evangélica. Mas mesmo assim eles não desistiram de chamar e eu acabei cedendo.

Fomos para a igreja. Era na Serra. Uma igrejinha bem humilde e que estava lotada. A maioria dos irmãos tinha que ficar do lado de fora e eu também. Mas durante a pregação eu só ouvia uma voz que dizia: “volta, volta” e eu não entendia, pois já havia me esquecido que um dia eu tinha sido crente, que havia descido às águas e que quem me chamava era o Misericordioso. Eu sei que durante o apelo eu comecei a chorar e me rendi aos pés de Jesus. Fiquei meio anestesiada com tudo e voltei para casa daquele jeito, me sentindo livre, limpa.

Na sexta feira no meu trabalho, eu estava há uma semana trabalhando, a depressão voltou com força total. Cheguei para o meu chefe e disse que iria sair e não sabia se voltaria. Saí andando pelo meio da rua chorando. Uma voz me dizia que eu não iria servi-lo. Falava que eu era dele e eu ficava alucinada andando pela rua até que cheguei numa loja de ração e comprei veneno. A minha intenção era me matar. Foi quando o celular tocou e era o meu irmão perguntando onde eu estava e o que estava acontecendo.

Eu dizia que estava tudo acabado para mim, que não tinha mais solução e ele continuava conversando comigo e eu só chorava. Até que um dos meus cunhado conseguiu me localizar e me levar para casa. 

Conversamos muito em casa. A minha família se converteu e hoje eu sou uma pessoa muito feliz. Deito e durmo tranquila e sei que tudo o que aconteceu comigo foi propósito de Deus. Sei que o meu irmão orava por mim e que ele nunca desistiu de mim.

Hoje eu trabalho no comércio. Ganho menos que um salário e meio. Sou dizimista. Não passo aperto financeiro. Sou feliz. Sou uma serva e sempre pergunto a Deus porque não tive este privilégio antes.

Quando os que se diziam amigos se separaram de mim eu não entendia. Vivia me perguntando porque, se eles me abraçavam e dizia que éramos irmãos. Eu me senti muito só até que uma voz me disse: - Eu te darei uma vida nova. Tudo novo.  E realmente tenho novos amigos, novas perspectivas.

Congrego na Assembleia de Deus em Jardim América desde novembro de 2006 e o tempo decorrido do meu afastamento da presença do Senhor até a minha reconciliação foram de 22 anos.

3 comentários:

Anônimo disse...

Muito legal, glória a Deus que sempre é paciente conosco !

Anônimo disse...

Glorificado seja o nome do SENHOR!

MARUSA disse...

QUE BENÇÂO,GLÓRIA A DEUS POR TUDO.